Nos dias 23, 24 e 25 do mês de setembro,
o Pibid-Teatro da UFPel foi para Porto Alegre para participar do “Porto Alegre
em Cena” assistindo espetáculos nacionais e internacionais, palestras e
exposições durante esses dias.
O Porto Alegre em Cena é um festival
reconhecido mundialmente preenchendo a capital gaúcha com circuitos ligados,
vazios substituídos e emoções seminais há 18 anos. Este ano a programação foi
surpreendentemente estimulante e provocadora, promovendo momentos de beleza,
epifanias e estranhamento concretizando o que Luciano Alabarse, coordenador
geral do “Em Cena”, disse: “Asseguro que a equipe constitutiva do Em Cena e eu
chegamos à sua maioridade sem acomodações ou preguiça - porque a programação
artística de um festival de tal porte não pode se acomodar / temer críticas /
estacionar em zonas de conforto desconfortáveis.”.
Uma das figuras ilustres que apareceram
no Porto Alegre em Cena foi Eduardo Tolentino, diretor do grupo Teatro Amador
Produções Artísticas (TAPA) fundado em 1979 no Rio de Janeiro, que em sua
palestra falou um pouco das encenações do grupo que dirige. O TAPA começou com
apresentações infantis em 1979, participou do Festival de Teatro Brasileiro em
1985, teve sua sede durante 15 no Teatro Aliança Francesa em São Paulo a partir
de 1986 com apresentações do teatro clássico e retornaram ao realista em 1993.
Já no século XXI o TAPA focou-se mais no teatro brasileiro, sem estagnar-se em
um único tipo de teatro. Atualmente o grupo está traduzindo a peça “A streetcar named Desire” (Um bonde
chamado desejo) de Tennnessee Williams.
De uma união francesa, também, e da
África do Sul, assistimos a peça “Médée”
(Medéia) dirigida por Jean-Louis Martinelli de um texto adaptado por Max
Rouquette do original Medéia de Eurípedes. O diretor utilizou-se do mágico solo
africano cheio de superstições e o sagrado, entrelaçados com a realidade
através de uma encenação feita por atores e elementos africanos. O texto
originalmente escrito no Sul da Francesa é levado para o idioma “barnabara”
falado na zona rural de Burkina Faso, em que na África torna-se assunto da
recente democracia e as guerras étnicas do continente.
Assistimos também espetáculos de rua
como: o “iMundo” do grupo Mototóti de Porto Alegre que nos mostra o caos para
onde o mundo caminha; “Sua incelência Ricardo III” do grupo Clowns de Shakespeare
do Rio Grande do Norte e uma união com o encenador Gabriel Villela, o texto é
uma adaptação de “Ricardo III” de Shakespeare.
“Krapp’s
Last Tape” (A última gravação de Krapp) foi um maravilhoso monólogo encenado
por Robert Wilsom, escrito pelo inglês Samuel Beckett em que conta a história
de Krapp. A peça se passa no 69º aniversário de Krapp, e em todo seu
aniversário ele faz uma gravação contando os principais acontecimentos de sua
vida no ano que se passou. Antes de fazer sua última gravação, porque ele
demonstra estar muito fraco, Krapp ouve algumas de suas antigas gravações para
se lembrar de suas memórias do passado.
A 8ª Bienal do Mercosul foi mais um
evento internacional que fazia parte do nosso roteiro. Inspirada nas tensões
entre territórios locais e transnacionais, a oitava edição da Bienal recebe o
nome de “Ensaios de Geopoéticas”, que propõem diversas formas que os artistas
têm para definir o território a partir da geografia, política e cultura tendo
como foco o componente educacional na criação de entidades “transterritoriais”.
Essas foram algumas das atividades
fornecidas pelo “Porto Alegre em Cena” que o grupo do Pibid-Teatro presenciou,
com isso acrescendo ainda mais a nossa formação acadêmica, tendo acesso a um
evento de grande porte que é o “Em Cena”, que traz ótimos espetáculos tanto
nacionais quanto internacionais, palestras e exposições para o estado do Rio
Grande do Sul.
